A tarde caindo - Claudemir Calixto

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Descrição do produto

Com um projeto gráfico bastante delicado, de Fernando Rizzotto, a Tarde Caindo (Poesia/Graciliano Ramos/Paiol (2021) é um livro sobre passagens, passagens que encontram seu trânsito incógnito nas asas do tempo (...). Na primeira parte do livro encontramos poemas que revisitam a infância (Férias de julho, dedicado à avó Amélia e às tias Neuza e Maria; Pivetice; Dilatado; e No meio da Tarde, em memória de Valdemir Calisto, irmão do poeta). Em outros poemas a passagem do tempo se faz perceber no ciclo transformador da natureza em estreita sintonia com o eu lírico (a passagem das flores que partem tragicamente no embargo da Tarde, no poema Enfeite; a passagem de um eu lírico-flor que melancolicamente passa e tomba à Tarde, em Ciclo; em Transitivo amor, a passagem da vida metaforizada no curso fluido, incerto e inconsequente do rio, que, tal qual o rio de Heráclito, anuncia o caráter transitório, transitivo e renovador da vida humana: o devir.


De sua linguagem, nessa parte, pode-se dizer que ela não vem carregada de saudosismos piegas. Antes, faz-se linguagem crianceira, terna, ou como aponta o poeta Alexandro Alves, há na poesia de Claudemir uma dominância do idioleto Manoelês; aquele vocabulário penetrante à carne impassível, esculpido por sensibilidades insones . Destaque para o dístico: o espelho nos olhos do menino / dissolve a infância da íris; e o criativo e sensível poema concreto No meio da Tarde: "Meu irmão machucou os dois braços, porque homens sem infância cavaram; um buraco; no meio da tarde; que a gente brincava".